quarta-feira, outubro 22, 2014

velho nojento

não sei se é por ter um filho que irei escrever o seguinte texto, ou se é apenas porque sou um ser humano muito acima da média e todos os homens desejam ser meus amigos de copos e todas as mulheres desejam lambuzar-me o pénis. mesmo que seja pelo segundo motivo, amigos homens, eu saio pouco à noite e excelentíssimas mulheres, não sejam porcas...sou um homem casado e feliz.

estava parado no semáforo acabado de ficar vermelho, em frente à escola secundária de benfica, mesmo ao lado do fonte nova. à minha frente estava uma carrinha de trabalho, bem antiga, bem batida, bem usada e com a bagageira cheia de caixas de ferramentas e cordas. ao volante estava um indivíduo na recta final dos 60 anos, com cara de imundo...aquele tipo de imundos que toma banho diariamente, mas a cara não deixa de ser imunda. barba fortemente branca, excepto nas zonas amareladas perto da boca, onde o desgaste de mais de meio século a fumar dois maços diários se faz notar de forma bem evidente. não notei estes traços todos pela pequena porção de cara que vi pelo espelho retrovisor dele, nos segundos que estive parado atrás no semáforo, mas sim pelos 10 segundos que o confrontei no semáforo à frente e carros lado a lado, lhe pude dizer:

"se aquela miúda ali atrás fosse minha filha ou minha irmã, tinha enfiado o meu carro no teu...és nojento!". a seguir ficou verde para ambos. arranquei e ainda ouvi um "vai pó caralho!".

a miúda que ia passar, mas de repente ficou vermelho para os peões foi penetrada, lambida, enxovalhada e maltratada através da janela aberta do banco vazio do pendura, da tal carrinha de trabalho. a cara da miúda...pequena de alma e de corpo, portou-se à altura, encaixando todas as investidas do fumador de meio século. mas manteve-se calada. fez bem.

eu falei por ela...

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